Per Christian Braathen é licenciado em Química pela UEG(Universidade Estadual da Guanabara), atual UERJ. É mestre em Química Analítica pela PUC-Rio e doutor em Educação Científica pela University of Wisconsin, nos Estados Unidos. Sempre atuou como professor, lecionando em escolas de ensino médio, técnico e superior. Por 25 anos trabalhou na Universidade Federal de Viçosa, a UFV. Atualmente, ministra palestras para professores, com o intuito de reanimá-los e de incentivá-los para o exercício do que, para ele, é amelhor profissão do mundo. Além disso, é diretor acadêmico da UNIVIÇOSA, mas confessa que sua grande paixão é estar em sala de aula.
Clipping Digital: Na sua adolescência, o senhor sempre teve certeza de que queria seguir essa profissão?
Per Christian: Eu me casei aos 23 anos e a partir daí vi a necessidade de cursar uma faculdade.Mas nessa época eu não tinha nem o ensino fundamental completo. Sendo assim, fiz supletivo do primeiro e do segundo grau antes de prestar o vestibular. O curso superior que eu fosse fazer tinha que ser noturno, para eu trabalhar durante o dia. As opções eram Química e Matemática na UEG, atual UERJ. Então escolhi a Química por esta oferecer maior área de atuação.
C.D.: O senhor gosta do que faz?
P.C.: Sou apaixonado pelo o que faço.
C.D.: Para o senhor, o que é ser professor? O que isso significa na sua vida?
P.C.: Ser professor é fantástico, é a melhor profissão do mundo. Mas o professor não causa o aprendizado, e sim o próprio aluno. O bom professor é aquele que guia o aluno, que o incentiva.
C.D.: Enquanto estava na UFV, qual era sua área de atuação?
P.C.: Na UFV dei aula de Química Geral, Química Inorgânica e História da Química. Também instituí o Programa de Tutoria, em 2000, juntamente com o professor Frederico José Vieira Passos, pró- reitor de ensino na época. Fui coordenador geral desse programa e ocupei o cargo até início de 2004, quando me aposentei da UFV. Nesse mesmo ano recebi a medalha Peter Henry Rolfs de mérito ao ensino, sendo o primeiro professor a receber tal prêmio. Acho que foi merecido.
C.D.: O senhor tem alguma preferência por dar aula em ensino médio, técnico ou superior?
P.C.: Dar aula em ensino superior é mais fácil, porque é mais fácil lidar com os alunos, uma vez que eles estão estudando o que escolheram. Mas não tenho preferência. Pra mim, aluno é aluno.
C.D.: Para encerrar, o que o senhor acha do ensino superior no Brasil de hoje?
P.C.: Sobre o superior, temos que voltar dois passos: ao fundamental e ao médio. Antes, o ensino superior era melhor porque poucas pessoas tinham acesso a ele. Hoje, as oportunidades de entrar em uma faculdade aumentaram, o que é bom, mas isso teve um preço: a qualidade. Sempre que se aumenta a quantidade isso influi na qualidade. Mas, aos poucos, a situação do ensino no Brasil vai melhorando
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