Tipos de condução do pepino cultivado em casas de vegetação

Por Titina Maia

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O pepino (cujo nome científico é Cucumis sativus) é uma hortaliça pertencente à família das Cucurbitáceas, que também engloba a abóbora, melancia, melão, chuchu, dentre outros. Entre estas culturas, a produção do pepino é uma das mais intensas. Assim, demanda grande contingente de mão-de-obra e, com isto, emprega muitas pessoas direta e indiretamente da plantação ao comércio. Dentre as Cucurbitáceas cultivadas em ambiente protegido, principalmente dentro de uma casa de vegetação, conhecida como estufa, o pepino também está entre as culturas com maior volume de produção. 

Típico de regiões de clima tropical, ele é constituído por aproximadamente 90% de água, sendo pouco calórico. Possui grande quantidade de fibras e é uma boa fonte de potássio. Rica fonte de ácido caféico, o pepino é um poderoso hidratante natural utilizado para retirar ou reduzir olheiras quando usado em fatias sobre estas áreas do rosto. Esse vegetal é muito presente na mesa dos brasileiros, tanto em saladas quanto em sua forma processada, o picles.

O cultivo em casas de vegetação começou por volta de 1980. Esta tecnologia foi utilizada para conseguir produzir pepinos em locais com temperaturas médias entre 15 a 20ºC, pois, no campo, em locais com temperaturas médias abaixo disto, a absorção de água e nutrientes pelo sistema radicular é prejudicada e a produção reduzida. Assim, a estudante Carla do Carmo Milagres, do curso de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa, sob orientação do professor Derly Jose Henriques da Silva, realizou um experimento para avaliar o efeito do tipo de condução no rendimento do pepino em ambiente protegido. Durante o inverno, utilizou-se casa de vegetação totalmente fechada e, no verão, apenas com a cobertura. Em ambos os casos, não foram utilizados equipamentos de climatização.

Essa pesquisa contou também com o trabalho do professor Paulo Cezar Rezende Fontes e dos estudantes Laércio Junio da Silva, Mágno Sávio Ferreira Valente, Raul Carneiro de Araujo Santos e Murilo Rezende Zaparoli. O objetivo era avaliar qual a melhor relação entre número de hastes/planta, visando obter maior produção por área cultivada.

O experimento ocorreu da seguinte forma: em 2007, mudas de pepino foram transplantadas para substrato composto por um terço de terra de barranco e dois terços de esterco bovino. Foram testados cinco tratamentos diferentes, respeitando sempre o espaçamento mínimo de 30 cm por haste. No primeiro tratamento, mudas que possuíam apenas uma haste foram colocadas a 30 cm de distância. No segundo, mudas de duas hastes foram plantadas a 60 cm entre plantas. No terceiro, as mudas também foram espaçadas de 60 em 60 cm, porém eram mudas de três hastes. No quarto e quinto, as mudas foram espaçadas a 90 cm de distância. Vale ressaltar que, no primeiro caso, as mudas possuíam duas hastes e, depois, três. Esses cinco tratamentos foram repetidos três vezes.

O resultado foi que não houve grandes diferenças com relação ao número de frutos por planta e nem na massa dos frutos obtidos nos diferentes tratamentos. Porém, o tratamento número 1 foi o que obteve maior rendimento por área cultivada, sendo diferente estatisticamente apenas do número 5. Segundo o professor Derly Jose Henriques da Silva, isso ocorreu porque, no tratamento número 5, as plantas possuíam três hastes que disputavam um único sistema radicular, com isto houve diminuição da quantidade de frutos produzidos por área. Já no tratamento número 1 foi obtida maior produção por planta. Neste tratamento havia apenas uma haste e isto possibilitou maior equilíbrio entre parte aérea e sistema radicular, com isto a absorção de nutrientes foi equilibrada com a capacidade fotossintética e a planta produziu mais.

O professor disse, também, que o resultado não era tão previsível, porque, em certos cultivos, as plantas, se colocadas muito próximas umas das outras, competem pelos nutrientes do solo, o que provoca menor produtividade. Porém, como foi avaliado pela pesquisa, no caso do pepino, a maior produção foi obtida quando foram utilizadas plantas com apenas uma haste e espaçadas a 30 cm umas das outras e a 1 m entre fileiras.

Esse experimento, denominado “Efeito do tipo de condução no rendimento do pepino cultivado em substrato em ambiente protegido” foi instalado no setor de olericultura do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa e recebeu, no ano de 2008, uma menção honrosa como melhor trabalho do departamento apresentado no XVII Simpósio de Iniciação Científica da UFV


Contatos:

Prof. Derly Jose Henriques da Silva
Departamento de Fitotecnia
Universidade Federal de Viçosa
Telefone: (31) 3899-1166
E-mail: derly@ufv.br

Carla do Carmo Milagres
Estudante de Agronomia
Universidade Federal de Viçosa
Telefone: (31) 3892-8828
Celular: (31) 8419-9393
E-mail: carlacmilagres@yahoo.com.br

 

 
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